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quinta-feira, 17 de junho de 2010

        O assassino era o escriba
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjunção.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido na sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
                                                   Paulo Leminski

Uma sugestão para refletir sobre a língua e revisar todos os conceitos de  sintaxe e morfologia, de forma poética e descontraída através da interpretação desse poema tão criativo.
Veja:
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.Aquele que não aparece, não é necessário, a oraçã existe sem ele
Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjunção.

Repetitivo, chato  e sem mudanças era o que se dizia desse sujeito.
um jeito assindético de nos torturar com um aposto.
Assindético - sem conjunções, poranto, direto.
Aposto - alguma informação sobre o sujeito
Casou com uma regência.Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Foi infeliz porque a regência manda em tudo e ele era possessivo
E além de mandar ela era bitransitiva, precisava de dois complementos (um direto e um indireto)...rsrsrs
Tentou ir para os EUA. Não deu.
Acharam um artigo indefinido na sua bagagem.
Se o artigo era indefinido, não temos como identificar,mas não devia ser boa coisa,já que não pode embarcar....
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,

conectivos e agentes da passiva o tempo todo.
As interjeições e conectivos deviam ser os sentimento e expressões do professor depois da viagem frustrada.
E os agentes da passiva ...talvez ele se imaginando " Eu fui barrado pelos..."
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

Matou porque não havia nada entre o objeto direto e a cabeça,nem uma preposição, se houvesse, seria um objeto indireto.