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E se um dia hei de ser pó cinza e nada Que minha noite seja uma alvorada que me saiba perder pra me encontrar

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mais sugestões

Com esse texto você poderá abordar os níveis de linguagem, fazendo comparações e mostrando como adequá-los. Sem  o preconceito linguístico de menosprezar a linguagem do texto (informal/gíria) e sem a hipocrisia de menosprezar a linguagem formal.
TEXTO:Dois homens tramando um assalto.
                                    (Luís Fernando Veríssimo.)


– Valeu, mermão? Tu traz o berro que nóis vamo rendê o caixa bonitinho.


Engrossou, enche o cara de chumbo. Pra arejá.


– Podes crê. Servicinho manero. É só entrá e pegá.


– Tá com o berro aí?


– Tá na mão.


Apareceu um guarda.


– Ih, sujou. Disfarça, disfarça...


O guarda passa por eles.


– Discordo terminantemente. O imperativo categórico de Hegel chega a Marx diluído pela fenomenologia de Feurbach.


– Pelo amor de Deus! Isso é o mesmo que dizer que Kierkegaard não passa de um Kant com algumas sílabas a mais. Ou que os iluministas do século 18...


O guarda se afasta.


– O berro, tá recheado?


– Tá.


– Então vamulá.”

-Sobre a linguagem utilizada nesse trecho, é correto afirmar:

a- Foi utilizado o nível de linguagem culto, com vocabulário rico.

b- A linguagem utilizada pelos assaltantes pode ser considerada adequada ao contexto


c- O conteúdo e o vocabulário da linguagem dos assaltantes não está de acordo com os níveis de linguagem empregados.

d- A linguagem utilizada pelos assaltantes pode ser considerada inadequada porque é coloquial

A expressão “Tu traz o berro que nóis vemo rendê o caixa bonitinho”, poderia ser substituída, sem mudar o sentido, em linguagem formal, por:

a) Me traga o revólver que nós vamos dominar facilmente o caixa.

b) Tu trazes o revólver que vais dominar o caixa.

c) Traga-me o revólver que vamos dominar de maneira bela o caixa.

d) Traga o revólver que vamos dominar facilmente o caixa.




quarta-feira, 18 de agosto de 2010

UMA DICA PARA INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

Essa crônica é muito interessante...Possibilita a abordagem de valores e atitudes e também pode ser suporte para uma boa produção textual.
Segue o texo com algumas questões e uma proposta de redação.
INFERNO NACIONAL
            (Stanislaw Ponte Preta)

A história abaixo transcrita surgiu no folclore de Belo Horizonte e foi contada lá, numa versão política. Não é o nosso caso. Vai contado aqui no seu mais puro estilo folclórico, sem maiores rodeios.

Diz que era uma vez um camarada que abotoou o paletó. Ao morrer nem conversou: foi direto para o inferno. Em lá chegando, pediu audiência a Satanás e perguntou:

- Qual é o lance aqui?

Satanás explicou que o inferno estava dividido em diversos departamentos, cada um administrado por um país, mas o falecido não precisava ficar no departamento administrado pelo seu país de origem. Podia ficar no departamento do país que escolhesse. Ele agradeceu muito e disse a Satanás que ia dar uma voltinha para escolher o seu departamento.

Está claro que saiu do gabinete do Diabo e foi logo para o departamento dos Estados Unidos, achando que lá devia ser mais organizado o inferninho que lhe caberia para toda a eternidade. Entrou no departamento dos Estados Unidos e perguntou como era o regime.

- Quinhentas chibatadas pela manhã, depois passar duas horas num forno de 200 graus. Na parte da tarde: ficar numa geladeira de 100 graus abaixo de zero até as três horas, e voltar ao forno de 200 graus.

O falecido ficou besta e tratou de cair fora, em busca de um departamento menos rigoroso. Esteve no da Rússia, no do Japão, no da França, mas tudo a mesma coisa. Foi aí que lhe informaram que tudo era igual: a divisão em departamento era apenas para facilitar o serviço do inferno, mas em todo o lugar o regime era o mesmo: quinhentas chibatadas pela manhã, forno de 200 graus durante o dia e geladeira de 100 graus abaixo de zero, pela tarde.

O falecido já caminhava desconsolado por uma rua infernal, quando viu um departamento escrito na porta: Brasil. E notou que a fila era maior do que a dos outros departamentos. Pensou com suas chaminhas: “aqui tem peixe por debaixo do angu”. Entrou na fila e começou a chatear o camarada da frente, perguntando por que a fila era maior e os enfileirados menos tristes. O camarada da frente fingia que não ouvia, mas ele tanto insistiu que o outro com medo de chamar atenção, disse baixinho:

- Fica na moita, e não espalha não. O forno daqui está quebrado e a geladeira anda meio enguiçada. Não dá mais de 35 graus por dia.

- E as quinhentas chibatadas? – perguntou o falecido.

- Ah... o sujeito encarregado desse serviço vem aqui de manhã, assina o ponto e cai fora.

1. “Inferno nacional” está escrito em que gênero textual
a ( ) verso
b)( ) crônica
c)( ) prosa
d)( ) artigo
02. A idéia principal do texto sugere
a) ( ) que as pessoas têm nova vida depois da morte
b) ( ) desorganização
c) ( ) que o Brasil é ruim até no inferno
d) ( ) eficiência
e) ( ) materialismo
03. O texto tem um sentido
a) ( ) cômico
b) ( ) fúnebre
c) ( ) irônico
d) ( ) religioso
e) ( ) político
04.As expressões “o forno está quebrado” e “a geladeira enguiçada” denotam
a)( ) bondade
b) ( ) interesse
c) ( ) descaso
d) ( ) generosidade
e) ( ) sorte
05. A frase “ficar na moita” caracteriza-se do nível
a) ( ) gíria
b) ( ) vulgar
c) ( ) formal
d) ( ) familiar
e) ( ) rebuscado

O texto lido e charge ao lado  fazem, de forma cômica ,uma crítica a política, aos políticos brasileiros,mais especificamente ao famoso”jeitinho brasileiro”.Baseado nisto produza um texto de tipo dissertativo, apontando seu ponto de vista a respeito deste tema.
Instruções:
- Delimite os tópicos.
- Dê um título criativo
- Observe pontuação e alinhamento

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Uma ótima forma de expor e/ou exercitar o conhecimento sobre figuras de linguagem é usando as músicas, aí vai uma lista de exemplos. Detalhe: esta lista é o resultado uma pesquisa proposta a alunos do 9º ano.

MÚSICAS COM FIGURAS DE LINGUAGEM


METÁFORA
Terra , planeta água....
És o meu sol e meu céu...(Guilherme Arantes)

Você é luz,é raio,estrela e luar...(Wando)


Sou a gota d àgua,sou um grão de areia (Legião Urbana)


Tropa de Elite, osso duro de roer...


Você é meu farol,hoje estou perdido


Carne e unha,alma gêmea bate coração
As metades da laranja,dois amantes ,dois irmãos (Fábio Jr.)

Quando Deus te desenhou, ele estava namorando...

PROSOPOPÉIA


Num instante,num olhar,vi o sol acordar...


                                                        A lua que te prometi está alí...


                                            Não é minha a lua que eu te dei...(Ivete Sangalo)


                                                 Estrelas mudam de lugar (Roberto Carlos)
A noite me diz que você não vai voltar

Vou deixar a vida me levar pra onde ela quiser...(Skank

Deixa a vida me levar,vida leva eu....(Zeca Pagodinho

Semente,se não mente, fale a verdade,de que árvore você nasceu?

Meu coração,sem direção,voando só por voar...(Ivete Sangalo)
ANTÍTESE

Sou brasileiro: índio,mulato,branco e preto
Você é sim e nunca meu não...( Wando)
 Tu és como Deus:Princípio e fim... (Fagne
                                                                                                                                         HIPÉRBOLE
                                                                                                              Por você eu dançaria tango no teto
E iria pé do Rio a Salvador  ( ? )

 Eu te amo e vou gritar pra todo mundo ouvir

E me entrego corpo e alma pra você.....(Roupa Nova)
  
Sempre que quiser ir ás estrelas,me dê a mão ...eu vou te levar...(Tãnia Mara)

Louca de saudade vou te procurar no mundo inteiro

PARADOXO

De olhos fechados
posso ver a honestidade...

Todos me olham,mas realmente ningém me vê

Minha alma de sonhar-te anda perdida
Meus olhos andam cegos de te vê ( Fagner)

Semente,se não mente, fale a verdade,de que árvore você nasceu?

Quando a chuva passar,quando tempo abrir,
Abra a janela e veja,eu sou o sol
Eu sou céu e mar (Ivete Sangalo )

COMPARAÇÃO

Eu te quero só pra mim,como as ondas são do mar... (Exalta Samba)


Choram as rosas,porque ela não está aqui (Bruno eMarrone)

É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã...(Legião Urbana)

METONÍMIA

Olha nos meus olhos e diz o que seu coração está querendo falar

Estou amarrado em suas mãos

Estou apaixonado por você
Meu maior desejo é você
Você virou minha cabeça

Faz assim ,te dou me telefone...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

        O assassino era o escriba
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjunção.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido na sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
                                                   Paulo Leminski

Uma sugestão para refletir sobre a língua e revisar todos os conceitos de  sintaxe e morfologia, de forma poética e descontraída através da interpretação desse poema tão criativo.
Veja:
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.Aquele que não aparece, não é necessário, a oraçã existe sem ele
Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjunção.

Repetitivo, chato  e sem mudanças era o que se dizia desse sujeito.
um jeito assindético de nos torturar com um aposto.
Assindético - sem conjunções, poranto, direto.
Aposto - alguma informação sobre o sujeito
Casou com uma regência.Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Foi infeliz porque a regência manda em tudo e ele era possessivo
E além de mandar ela era bitransitiva, precisava de dois complementos (um direto e um indireto)...rsrsrs
Tentou ir para os EUA. Não deu.
Acharam um artigo indefinido na sua bagagem.
Se o artigo era indefinido, não temos como identificar,mas não devia ser boa coisa,já que não pode embarcar....
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,

conectivos e agentes da passiva o tempo todo.
As interjeições e conectivos deviam ser os sentimento e expressões do professor depois da viagem frustrada.
E os agentes da passiva ...talvez ele se imaginando " Eu fui barrado pelos..."
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

Matou porque não havia nada entre o objeto direto e a cabeça,nem uma preposição, se houvesse, seria um objeto indireto.